Produção agrícola
Chegada de La Niña pode causar sérios impactos na produção agrícola nacional
Fenômeno pode causar geadas e prejudicar a safra no sul do país
Rural | 17 de Abril de 2024 as 07h 26min
Fonte: Dinheiro rural

Se o El Niño foi uma grande preocupação para os produtores rurais de todo o Brasil entre o final de 2023 e o início deste ano, o segundo semestre já reserva um novo ponto de atenção. O fenômeno La Niña, previsto para chegar a partir de julho, pode impactar seriamente a produção agrícola nacional. Enquanto no Norte e no Nordeste, a tendência é de chuvas acima da média, no Sul, o cenário deve ser pautado por uma maior irregularidade.
“Especialmente no Sul, há uma preocupação grande, porque a região passou por um longo período de seca antes do El Niño, que, diga-se de passagem, perdeu força, mas, ainda causa seus efeitos. E, no segundo semestre, essa situação de seca pode voltar a acontecer”, explica o meteorologista e diretor da ignitia Inteligência Climática, João Rodrigo de Castro.
Ele aponta ainda outro problema que a chegada de La Niña poderá trazer. “Outra situação com grande possibilidade de acontecer na primavera é a de episódios de frio mais intenso. Na agricultura, essa condição poderá afetar especialmente as culturas que estiverem na etapa de crescimento. As geadas tardias são uma verdadeira ameaça”, complementa.
Levantamento realizado pela ignitia, aponta que em 2021 a agricultura nacional foi fortemente impactada por conta de La Niña, com a região Sul sofrendo com a estiagem, o que impactou diretamente as produções de milho e de soja. Enquanto isso, os vizinhos Uruguai e Argentina passaram por crises hídricas e grandes quebras. “A verdade é que ainda não é possível saber a dimensão do fenômeno neste ano, mas, se vier com a mesma intensidade de três anos atrás, será realmente um grande problema, com impactos sérios na produtividade em vários Estados brasileiros”, afirma o meteorologista.
Impactos no Pantanal
No Mato Grosso, a parte Sul do Pantanal é motivo de grandes preocupações, já que a região está encerrando a estação chuvosa em situação de seca. “Infelizmente, já temos uma situação estabelecida bastante complicada. Com a chegada de La Niña, é difícil pensar em uma recuperação. É provável que tenhamos uma situação de degradação da vegetação e alto risco de incêndios para o período final da estação seca”, esclarece Castro.
Qual é a diferença entre El Niño e La Niña?
A principal característica do El Niño é o aquecimento das águas do Pacífico em 0,5ºC ou mais. Esse fenômeno costuma levar chuvas intensas ao Sul do Brasil e provocar seca na região Norte.
Já La Niña acontece quando o Pacífico está ao menos 0,5ºC abaixo da média histórica, trazendo o resultado oposto: intensidade de chuvas no Norte e no Nordeste e estiagem na região Sul.
Notícias dos Poderes
Produção de soja é estimada em 178,5 milhões de toneladas pela Abiove
Volume representa um crescimento de 3,9% sobre a produção estimada para 2025
23 de Outubro de 2025 as 09h12Renegociação de dívidas rurais com juros livres terá IOF de 0,38%
Operações da linha do BNDES, que repassará R$ 12 bilhões em recursos públicos, serão isentas
23 de Outubro de 2025 as 10h10China zera importação de soja dos EUA e aumenta compras do Brasil em setembro
22 de Outubro de 2025 as 10h27Governo amplia prazo para georreferenciamento em propriedades rurais
Decreto prorrogou por mais quatro anos o prazo limite para a exigência de certificação de georreferenciamento
22 de Outubro de 2025 as 08h22Com liderança do Mato Grosso, plantio da soja avança no Brasil — mas La Niña entra no radar
Cerca de 24% da área estimada para a safra 2025/26 já havia sido semeada, segundo levantamento da consultoria agrícola AgRural
21 de Outubro de 2025 as 08h05Com tarifaço, exportações do Estado crescem em setembro
20 de Outubro de 2025 as 11h29STF retoma julgamento sobre benefícios fiscais para agrotóxicos
Normas questionadas permitem redução de 60% do ICMS
17 de Outubro de 2025 as 09h05Desmatamento para abrir pasto cresceu mais que produção de carne em quatro anos
A área total desmatada no país relacionada à abertura de pastagens subiu 36% entre 2020 e 2023
16 de Outubro de 2025 as 11h14