Vendas de sentenças
STJ demite primeiro servidor envolvido em esquema de venda de decisões para lobista
Márcio José Toledo Pinto foi acusado de vazar decisões em troca de propina; defesa dele não se manifestou
Geral | 05 de Setembro de 2025 as 15h 55min
Fonte: AGUIRRE TALENTO / ESTADÃO CONTEÚDO

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu o primeiro processo administrativo disciplinar contra um dos servidores suspeitos de participar de um esquema de venda de decisões judiciais e determinou a sua demissão do serviço público.
Também alvo de investigação da Polícia Federal na Operação Sisamnes, Márcio José Toledo Pinto trabalhou nos gabinetes das ministras Isabel Gallotti e Nancy Andrighi. O processo administrativo concluiu que ele vazou minutas de decisões do STJ para o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves.
A demissão foi publicada nesta sexta-feira, 5, no Diário Oficial, e foi assinada pelo presidente da Corte, Herman Benjamin. Segundo o STJ, ele violou dois incisos da administração pública, que seriam a revelação de segredo que teve acesso por razão de seu cargo e valer-se do cargo público para lograr proveito pessoal. O processo administrativo havia sido aberto em agosto do ano passado. Procurada, a defesa de Márcio não se manifestou.
A investigação identificou, com base nos registros internos do STJ, que Márcio alterou minutas de processos de interesse do lobista. Algumas dessas minutas foram encontradas nos diálogos de Andreson.
A PF também descobriu, com base nas quebras do sigilo bancário, que o lobista pagou pelo menos R$ 4 milhões a Márcio, por meio de uma empresa aberta em nome da mulher do servidor do STJ. O inquérito policial ainda está em andamento.
A PF ainda apura se outros funcionários do tribunal também participavam do esquema de venda de decisões capitaneado pelo lobista, mas até agora os elementos mais robustos obtidos pela investigação foram em relação a Márcio Toledo Pinto.
Como revelou o Estadão na segunda-feira, 1º, a PF já identificou que o lobista teve acesso a minutas de oito gabinetes de ministros do STJ.
O STJ também abriu uma sindicância contra um outro servidor, Daimler Alberto de Campos, que atuava como chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti. No caso de Daimler, apesar de seu nome ser citado pelo lobista Andreson de Oliveira Gonçalves em mensagens de WhatsApp, a sindicância concluiu que não foram encontrados elementos de prova que justificassem a abertura de um PAD contra ele.
Procurada, a defesa de Daimler afirmou que o nome dele foi usado indevidamente pelo lobista. “As apurações internas, conduzidas pelo STJ, revelam a verdade dos fatos. O nome de meu cliente, pela função de chefia que exercia, foi utilizado de maneira espúria – pura ficção e fumaça. Temos plena confiança que as conclusões alcançadas pela apuração do STJ serão as mesmas alcançadas pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário”, disse o advogado Bernardo Fenelon.
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