Empresa anuncia a construção de 672 apartamentos em Sinop

Serão 12 torres com 7 pavimentos cada e um investimento estivado em R$ 120 milhões

A construtora baiana 2 MS escolheu a cidade de Sinop para aportar seu novo investimento no setor imobiliário. A empresa anunciou na manhã desta quarta-feira (11), a construção de um complexo com 672 apartamentos residenciais, projetando um investimento na ordem de R$ 120 milhões.

Os imóveis serão erguidos na nova etapa do Residencial Florença, próximo a extensão da Avenida das Figueiras – região em plena expansão no município. Segundo o diretor de incorporação da 2MS, José Bernardino Lima Neto, a empresa adquiriu o imóvel há cerca de 7 meses, elaborou os projetos e já obteve a aprovação do departamento de engenharia da prefeitura de Sinop para construção. “Não foi preciso nem fazer estudo de mercado para detectar a viabilidade do empreendimento. Quando chegamos em Sinop, esse levantamento já estava pronto”, declarou Neto, fazendo uma referência aos números de financiamento operados pela Caixa Econômica no município. “Não temos a menor dúvida que vai dar certo”, completou.

O empreendimento foi escalonado em duas etapas. Na primeira, que começa a ser construída em fevereiro de 2020, serão erguidas 6 torres, de 7 pavimentos, com 336 apartamentos – ou seja, 8 apartamentos por piso. A segunda etapa tem as mesmas métricas. “Em dois anos investiremos na cidade R$ 120 milhões, gerando 350 empregos diretos por etapa”, estimou Neto.

Cada apartamento terá 56 metros quadrados de área privativa, dividida em quarto, suíte, living (sala de estar/jantar), cozinha, banheiro e varanda gourmet com churrasqueira. O projeto inclui uma ampla estrutura de uso comum para os futuros condôminos, com coworking, sala de reuniões, espaço multiuso, academia, salão de festas, quadras de esporte, piscina com prainha e lavanderia compartilhada. O estacionamento é externo e conta com 451 vagas. São unidades compactas, que se encaixam no perfil de assalariados ou estudantes universitários – público alvo que a construtora pretende atingir com o empreendimento.

Por isso, o preço de entrada desses apartamentos será de R$ 160 mil. O valor foi dimensionado para enquadrar os apartamentos na Faixa 2 do Minha Casa Minha Vida e também do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) – ambos operados pela Caixa Econômica Federal. Esses canais são a principal aposta da 2MS para comercializar as mais de 600 unidades que serão construídas. “A filosofia da empresa é construir rápido, vender rápido, juntar recurso e lançar outro empreendimento. Nossa empresa não tem interesse em reservar unidades e fazer especulação imobiliária, esperando a valorização para efetuar a venda. Nosso negócio é construir e vender”, explico o diretor da 2MS.

Conforme Neto, o preço médio (entre as unidades mais baratas e mais caras), dos apartamentos será de R$ 175 mil. Com essa cifra, a venda de todos os 672 apartamentos chegaria a R$ 117,6 milhões – R$ 2,4 milhões a menos do que o investimento anunciado pela construtora. Essa diferença ocorre porque o valor anunciado pela construtora para o empreendimento refere-se a estimativa do valor final, que será movimentado com a venda dos imóveis.

As torres ficarão dentro de um complexo murado, que formará um condomínio, com as áreas de uso coletivo à disposição dos moradores tanto para lazer como para serviço.

Pontos de resistência

Neto disse que conhece o perfil cultural de Sinop, cujos moradores acabam priorizando a compra de um lote para construção de uma casa, ao invés de escolher por um apartamento. Para o diretor, a grande taxa de empreendimentos verticais no município evidencia esse comportamento.

O histórico também. Em 2009, um grupo paulista anunciou a construção de 4 torres, com 10 andares, próximo a UFMT, totalizando 300 apartamentos. O empreendimento, que era muito similar a este lançado pela 2MS, acabou frustrando. A empresa teve que devolver os valores das poucas unidades vendidas.

Recentemente o Grupo Rodobéns conseguiu emplacar o Residencial Allegro, na perimetral Sul de Sinop. O empreendimento que começou a ser construído em 2016 conta com duas torres, de 18 andares e 287 apartamentos. Com unidades um pouco maiores (entre 70 metros quadrados), o Grupo vendeu as unidades em seu lançamento com um preço médio de R$ 260 mil. “Preço competitivo, projeto funcional, mirando um público alvo típico de uma cidade que é polo de educação e de serviços. É assim que vamos administrar essa questão cultural”, pontuou Neto.

Além dessa leve barreira de mercado, a 2 MS foi surpreendida por um obstáculo técnico. O que foi novidade para os construtores baianos já é um velho conhecido do sinopense: o solo. Segundo Neto, o solo na área de construção do empreendimento se mostrou complicado. “Teremos dificuldades técnicas de um jeito que eu não havia visto em uma região de praia”, revelou.

Para o diretor da 2MS, essas peculiaridades não vão comprometer o sucesso do empreendimento, sendo apenas pontos que a equipe técnica levou em consideração na hors de modular o negócio.